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É possível pensar numa moda mais sustentável?

É possível pensar numa moda mais sustentável?
Julia Codogno
fev. 4 - 5 min de leitura
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Falar sobre moda não é uma tarefa fácil.

Distante do ofuscamento provocado por tendências rasas direcionadas à estação posterior, lançamentos sequenciais e esmagadores promovidos pelo modelo fast fashion e uma enxurrada de atributos vazios e cada vez mais desconectados da realidade mergulhados na ânsia pela comercialização barata, percebemos um setor repleto de mazelas e profundas desigualdades. 

Afinal, estamos falando de uma indústria responsável por gerar receita anual de estimados US$2,5 trilhões de dólares - segundo o relatório The State of Fashion, manter a riqueza crescente de alguns dos homens mais ricos do mundo, como é o caso de Amancio Ortega - dono do grupo Inditex (dirigente da marca Zara - apontada diversas vezes como praticante de atos ilegais perante sua rede fornecedora) e Bernard Arnault - presidente e diretor executivo do grupo LVMH (representante das marcas Louis Vuitton, Givenchy, Dior entre outras) e, ainda assim, condicionar pessoas à situação de profunda pobreza e vulnerabilidade no mundo todo. 

Durante a pandemia foram diversas as denúncias acerca de demissões, rupturas contratuais e desalento perante as pessoas que fazem essa engrenagem funcionar.
Só para termos uma ideia desse colapso, relatos apontam que costureiras do Estado de São Paulo chegaram a receber cerca de R$0,50 centavos para garantir a produção de máscaras de proteção. 

Como forma de garantir o sustento mínimo diante de um colapso sem precedentes, não é incomum que diversos profissionais do setor se disponham a realizar trabalhos exaustivos, de prazos irrisórios atribuídos a baixos pagamentos ou qualquer garantia de recebimento. 

O mercado também é tido como um dos que mais “emprega” pessoas no mundo todo. Aqui no Brasil a moda é o segundo maior empregador e o segundo maior gerador do primeiro emprego, tendo, aproximadamente, 25,5 mil empresas formais em todo o país. Sua força de trabalho é formada em grande parte por mão de obra feminina, sendo cerca de 75%. (ABIT)

A indústria também se destaca como potência produtiva. De acordo com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), estamos produzindo algo em torno de 150 bilhões de novas peças por ano. Uma produção em grande escala e associada a fatores como: exploração e exposição socioambiental, carência de profissionalização ou desenvolvimento social, falta de responsabilização a quem compete tais situações, confecções e outros setores alocados em regiões de pouca ou nenhuma legislação trabalhista vigente, dificuldade perante a rastreabilidade das diversas etapas produtivas, precariedades estruturais significativas entre tantos outros.

De forma simples e prática, produzimos muito, de maneira cada vez mais rápida, barata e sem qualquer cuidado com ética e justiça para com os envolvidos ao longo da cadeia produtiva. 

 

Mas então, o que podemos fazer?

 

Diante de um cenário tão complexo e de tantos recortes, a sustentabilidade chega como um certo alento em meio ao caos. Não como a promessa absoluta para a resolução de todos os problemas, mas como a possibilidade de transformações sistêmicas fundamentais para estabelecermos ações mais eficazes e capazes de proporcionar impacto positivo. 

Acreditando que a educação, a profissionalização e a busca por processos mais responsáveis são fios condutores que se entrelaçam nesse emaranhado de nós, nasceu a primeira imersão promovida pelo projeto Re.tecendo. 

O Re.tecendo surgiu como uma iniciativa que possibilita a educação do setor de moda, por meio de construções coletivas, ações e escolhas mais responsáveis e coerentes com as transformações que tanto precisamos ver acontecer. Para isso, foi criada a primeira Imersão:Sustentabilidade como propósito: (re)construindo marcas de moda. Através de encontros virtuais (ao vivo) que devem contemplar as principais fases entre: criação, produção e comunicação de produtos ou serviços direcionados ao slow design. Todos guiados por 3 profissionais atuantes no setor: a consultora têxtil e criadora da Oficina de Tecidos Ana Scalea, a educadora e criadora de conteúdo Julia Codogno e a educadora e criadora da marca Nós Mais Eu, Monayna Pinheiro.

E, para fomentar ainda mais essa partilha de conhecimento, também serão disponibilizados conteúdos e indicações relacionados a criadores e produtores de produtos desenvolvidos sob os pilares da sustentabilidade. Em formato de Guias, glossários, organizadores e outros documentos. 

Tudo de maneira prática e acessível. Para quem já empreende um negócio de moda, quer empreender ou é um entusiasta desse rolê.

Para saber mais, você pode acessar esse material e acompanhar os canais oficiais de divulgação: @re.tecendo e juliacodogno.com 

 

Beijos e até mais!
@juliacodogno

 

Fonte: MPT | OIT | Fundação Walk Free | Report The State of Fashion | Forbes | MIT | Repórter Brasil | Fashion Revolution | Global Fashion Agenda

Foto: Pexels 

 


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